A obesidade tem sido definida como uma doença crônica associada ao excesso de gordura corporal, geralmente o resultado de uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Nas últimas décadas, a obesidade se tornou um problema crescente de saúde pública, atingindo proporções epidêmicas.
A maioria dos grandes estudos epidemiológicos e de longo prazo indica que a obesidade está associada ao aumento da mortalidade e que a expectativa de vida dos obesos é reduzida em cerca de 5 a 20 anos.
A obesidade deve ser analisada como uma doença crônica que traz inúmeras e graves complicações à saúde. O acompanhamento e tratamento com um endocrinologista é fundamental.
A incidência de obesidade dobrou em todo o mundo desde 1980, com mais de 1,5 bilhão de adultos com sobrepeso (índice de massa corporal (IMC) maior que 25Kg/m2) e 500 milhões sendo clinicamente obesos (IMC acima de 30kg/m2). Sobrepeso e obesidade são agora o quinto maior fator de risco para mortes em todo o mundo, com taxas de prevalência que estão subindo na maioria das sociedades ocidentais. Além disso, as tendências alarmantes de ganho de peso são relatadas para crianças e adolescentes.
MAPA DA OBESIDADE NO BRASIL
Quando ingerimos mais calorias que gastamos, ganhamos peso. Isso pode acontecer devido aos seguintes fatores:
- Má alimentação
- Sedentarismo
- Fatores genéticos
- Fatores psicológicos
- Uso de certos medicamentos
- Alterações hormonais
GENÉTICA OU AMBIENTE?
– Com exceção de raros casos de obesidade monogênica (onde um gene pode ser identificado como causa da doença), a obesidade comum é considerada uma doença poligênica (com vários genes envolvidos).
– A epidemia mundial que tanto se fala, resulta, principalmente, de mudanças do ambiente, ou seja, aumento do consumo de alimentos altamente calóricos juntamente com a diminuição do gasto calórico pela atividade física da população em geral.
– Por outro lado, sabe-se que, de fato, existem indivíduos altamente suscetíveis e outros altamente resistentes ao ganho de peso.
– A carga genética explica 40 a 70% da diferença de peso corporal entre os indivíduos, ou seja, a chance de um indivíduo se tornar obeso na vida adulta
– CONSIDERA-SE PORTANTO, QUE A OBESIDADE, NA GRANDE MAIORIA DOS CASOS, SEJA CONSEQUÊNCIA DE UM AMBIENTE OBESOGÊNICO EM UM INDIVÍDUO GENETICAMENTE PREDISPOSTO
– Em linhas gerais, a obesidade pode ser considerada consequência do desequilíbrio energético, ou seja, uma ingestão de energia maior do que o gasto em um determinado período de tempo.
– Inúmeros fatores genéticos, ambientais e comportamentais influenciam os componentes do balanço energético, e consequentemente, o aumento da gordura corporal.
– Determinantes do desequilíbrio energético e consequente ganho excessivo de massa adiposa:
- Aumento da ingestão alimentar
- Diminuição do gasto energético
- Aumento da capacidade de armazenar gordura
- Diminuição da capacidade de oxidar (queimar) gordura
COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À OBESIDADE
O obesidade aumenta exponencialmente a incidência de doenças metabólicas, cardiovasculares e outras. São doenças comumente relacionadas a obesidade:
- Diabetes mellitus tipo 2 (DM2)
- Hipertensão arterial sistêmica
- Doença cardiovascular
- Acidente vascular encefálico
- Insuficiência renal
- Apnéia obstrutiva do sono
- Refluxo gastroesofágico
- Câncer
- Depressão
- Doenças osteoarticulares
O principal fator de risco para o Diabetes mellitus tipo 2 é a obesidade e aproximadamente 90% dos pacientes com DM2 apresentam sobrepeso ou obesidade.
Para sabermos se nosso peso está adequado devemos sempre levar em conta o peso e a altura
Um dos principais indicadores de peso adequado é o índice de massa corporal (IMC).
Este índice leva em conta a altura (em metros) e o peso em quilogramas, de acordo com a fórmula a seguir:
IMC= Peso/(altura)2
Para os adultos existem faixas de IMC definidas pela organização mundial de saúde (OMS) que indicam se o peso está adequado.
Fonte: OMS, 2000
COMPOSIÇÃO CORPORAL
No entanto, a balança não tem o poder de mostrar com precisão como está nosso corpo. Nosso peso total é formado pela soma do peso dos ossos, músculos, órgãos, líquidos corporais (como sangue) e gordura (tecido adiposo). O peso não nos indica a quantidade de gorduras que temos no corpo, mas a soma de massas gorda e magra.
A massa corporal pode ser dividida em dois grandes grupos:
Massa gorda (formada pelo tecido adiposo), que varia bastante ao longo de nossa vida sendo a grande responsável pelas grandes variações de peso
Massa magra (formada pelos demais tecidos não adiposos). Neste grupo, a massa muscular é a que mais varia, podendo aumentar com exercícios e diminuir em algumas doenças, como câncer ou infecções graves.
Sendo assim, a melhor maneira de avaliarmos como realmente está o nosso corpo é através da análise da composição corporal. Existem vários métodos de avaliação, como a bioimpedância que permite avaliar com maior precisão as mudanças do tecido gorduroso e da massa muscular que ocorrem no decorrer da vida e com tratamentos para emagrecimento, quando realizado periodicamente.
Avaliação da Composição Corporal
O analisador de composição corporal utiliza avançada tecnologia de bioimpedância, capaz de aliar precisão, simplicidade e rapidez, fornecendo uma informação completa sobre a nossa condição atual e uma orientação sobre a composição corporal ideal.
O que a Bioimpedância calcula:
- Água corporal total
- Proteína corporal
- Minerais
- Massa de gordura corporal
- Massa muscular esquelética
- Massa livre de gordura
- IMC – Índice de Massa Corporal
- Massa magra de cada segmento corporal
- Estimativa de gordura segmentar
- Porcentual de gordura corporal
- Relação cintura-quadril
- Avaliação nutricional (proteína, mineral, gordura)
- Peso ideal baseado na composição corporal
- Controle de gordura
- Controle de músculos
- Taxa metabólica basal
- Histórico de composição corporal
- Impedância de cada segmento corporal
Veja em detalhes os resultados de um exame de bioimpedância
Os resultados são relativos ao aparelho inBody370 que atualmente é usado pela Dra Elisangela Cubas na Clínica Dr Giórgio Baretta.
1 – Composição Corporal
O InBody370 analisa todo o corpo e quantifica seus diferentes componentes. Comparando seus valores com as faixas normais fornecidas, avalia-se a composição corporal atual.
Gordura corporal em excesso. Mesmo que estejam com seu peso na faixa normal, pessoas com esse tipo de corpo estão em maior risco de desenvolver problemas de saúde.
Massa de gordura e conteúdo muscular estão proporcionalmente bem balanceados. Pessoas em boa saúde geralmente obtêm resultados similares a este.
O conteúdo muscular está proporcionalmente maior que a massa de gordura. Tipicamente, pessoas que possuem musculatura bem desenvolvida tendem a obter esse tipo de resultado.
2 – Diagnóstico de Obesidade
IMC é usado para investigar uma possível obesidade e o percentual de gordura corporal é usado para identificar a obesidade. A Relação Cintura-Quadril dá uma idéia de onde a maior parte da gordura está depositada, ajudando a determinar a obesidade abdominal. Com o índice de Metabolismo Basal, uma dieta adequada pode ser planejada.
3 – Controle Músculo-Gordura
Recomendações apropriadas da quantidade de músculo e gordura para uma composição corporal ideal.
4 – Massa Magra Segmentar
A avaliação segmentada da massa magra mostra a distribuição muscular e o equilíbrio de seu desenvolvimento.
5 – Gordura Segmentada
A quantidade de gordura em cada segmento é cuidadosamente estimada para o controle apropriado da gordura localizada.
6 – Plano de Exercícios Personalizado
Sugestões de atividades e o gasto energético estimado para 30 minutos de cada atividade.
Análise de Composição corporal
Como proceder para se obter resultados precisos com Inbody
A precisão de um teste envolvendo análise de composição corporal depende das condições do paciente e do ambiente onde o teste é conduzido. Antes da condução do teste, por favor, leia atentamente as instruções a seguir:
Precauções a serem tomadas antes da condução do teste
1. Fazer sua última refeição 2 a 3horas antes do teste
Nos casos que o examinado já tenha feito uma refeição, o teste deve ser adiado. Por isto, avise ao examinador, pois como a massa do alimento é contada no peso, isso pode resultar em erros de medicação da composição corporal.
2. Usar o banheiro antes do teste
Embora não apareçam entre os elementos que compõe o corpo, os volumes de urina e fezes são adicionados ao peso podendo levar a erros no resultados.
3. Não fazer exercícios antes do teste:
Exercícios extenuantes ou movimentos vigorosos podem causar alterações temporárias na composição corporal. Caso você tenha feito exercícios avise ao examinador.
4. Permanecer em pé por cerca de 5 minutos:
Conduzir o teste imediatamente após estar deitado ou sentado por um longo período pode resultar em pequenas alterações nos resultados do teste . Isso se deve a tendência da água corporal de se mover para as extremidades inferiores do corpo tão logo a pessoa se coloque em pé.
5. Não conduzir o teste após o banho ou sauna.
A transpiração causa mudanças temporárias na composição corporal. Tomar o banho no mínimo 1 hora antes do teste.
6. Não se devem realizar medições durante o período menstrual:
Mulheres apresentam um aumento na água corporal durante o ciclo menstrual. Se estiver menstruada, avisar ao examinador.
7. Realizar os testes em ambiente com temperatura entre 20 e 25ºC.
Enquanto o corpo humano é estável a temperaturas normais, sua composição é suscetível a mudanças em climas quentes ou frios.
** Gestantes e portadores de marca-passo não devem fazer o teste.
Qualquer dúvida, perguntar ao examinador antes de fazer o teste.
TRATAMENTO DA OBESIDADE
Existem diferentes estratégias para o tratamento da obesidade, dependendo da sua causa:
- Modificações dos hábitos alimentares
- Atividade física
- Medicamentos
- Cirurgia bariátrica
O medicamento Saxenda (Liraglutida) já havia sido aprovado nos EUA, e agora tem seu registro aprovado pela Anvisa no Brasil. O Saxenda (Liraglutida) foi aprovado para o controle crônico do peso corporal, em associação a uma dieta com baixa ingestão de calorias e exercícios físicos regulares.
O medicamento está indicado para adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) de 30 kg/m², ou mais considerados (obesos), e também para indivíduos que tenham simultaneamente doenças como: pré-diabetes e diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia ou apneia obstrutiva do sono.
O GLP-1 (Glucagon-like peptide-1) é um hormônio produzido no intestino, na presença de alimentos. Entre outras funções, ele estimula a produção e a secreção do hormônio insulina pelo pâncreas. Nos pacientes diabéticos tipo 2, a atividade do GLP-1 é insatisfatória, o que reduz as taxas de insulina e aumenta os níveis de açúcar no sangue – as duas principais características do diabetes. O Saxenda é um agonista do receptor GLP-1 e não deve ser utilizado em combinação com qualquer outro produto farmacêutico que pertença a esta mesma classe, incluindo o Victoza, usado para o tratamento da diabetes tipo 2. Saxenda e Victoza contêm o mesmo princípio ativo (liraglutida) em diferentes doses (3 mg e 1,8 mg; respectivamente). No entanto, Saxenda não é indicado para o tratamento de diabetes tipo 2, pois não foram estabelecidas a segurança e a eficácia de Saxenda para o tratamento de diabetes.
A segurança e eficácia do Saxenda continuarão a ser monitoradas em estudos pós-comercialização ainda em andamento.